Que habilidade estranha é essa que a gente tem de voltar para trás, no momento em que o certo é olhar para a frente?
Que jeito estranho é esse de viver que, quando algo não dá certo, queremos aquilo que no passado também não deu certo, mas que parece perfeito no presente?
Que choro é esse que mistura sentimentos os mais variados, dor, alivio, futuro, presente, passado lembranças, venturas, dores?
Que dor é essa que não passa e não se localiza, ao mesmo tempo em que te envolve toda?
Que ansiedade é essa que transforma o agora, o instante, o “já” em agonia eterna, sem que se saiba onde buscar a paz?
Que automatismo é esse que nos faz andar, sorrir, conversar, caminhar, mesmo sabendo, intimamente que não somos nós, é apenas nossa sombra?
Que sentimento é esse que nos leva, mesmo sem que se queira, para uma montanha russa, nos prende, e nos larga nos altos e baixos da viagem, sem poder parar, sem poder escolher?
Que medo é esse que nos faz nos sentirmos sozinhos, carentes, abandonados, ridículos, inadequados, desimportantes apenas porque o que se previa não aconteceu?
Que olhar é esse que olha o infinito, mas não consegue enxergar alem do agora, da dor presente?
Que desejo é esse que não é satisfeito nunca, está sempre num vácuo desesperado, pedindo mais e mais e mais?
Quem é essa pessoa que pensa, sente, vê, sofre, chora e diz que não ama?
Nenhum comentário:
Postar um comentário