quarta-feira, 28 de setembro de 2011

não falo mais de prisões.
deixo-as para quem não é artista.
(eu sou? não. Mas não falo mais)
as prisões são...previsiveis.
podem ser descritas,
vistas  e revistas.
Mesmo sem vistas
e com algumas revistas.
Prisões são pessimistas,
conformistas,
e nunca mistas.
Portanto, sempre
malquistas.
Não falo mais de prisões.
Agora, sou otimista.

imagem: psicologiaevidalivres.blogspot.com

...então que me dei conta
do quanto a liberdade me aterroriza.
saber disso
me iluminou tanto,
que cheguei até o ceu!
Iluminada, a liberdade
resplandece.
Conhecido o medo,
seu escuro desaparece.
Sem medo,
percebo que a vida pode
e é muito mais do que
vejo.
imagem: djcacoferry.blogspot.com



terça-feira, 20 de setembro de 2011

tempo

em quantos segundos,
consigo girar pelos mundos
que ficam imundos
com meus pensamentos profundos?

em quantos segundos,
consigo pensar nos profundos
meus amores moribundos
que ignoram meus mundos?

em quantos minutos
consigo viver diminutos
sentimentos dissolutos
em meu corpo sempre em luto?

em quantas horas
consigo esperar por auroras
nascentes, vibrantes,
diferentes do agora?

imagem: macacoprimata.blogspot.com

imagem:neade.com.br

Não desfaço aquilo que faço,
porque em tudo coloco aço.
Esse mesmo aço
utilizo pra fazer um laço
e apertar bem um pedaço
- sem qualquer ameaço -
daquilo que me dá cansaço.

segunda-feira, 19 de setembro de 2011

egoismo

como vivo minha vida
e cuido meu coração?
como vivo minha vida
e cuido minha emoção?
viver é amar?
amar é só sentir?
só sentir é viver e amar?
isso basta?
amar não exige atitude?
amar é contemplar?

o meu amor, coitado,
é viciado.
é completamente egoísta..
e eu que achava ele tão altruísta,
vi que não resiste ao tempo
sem conseguir fazer
do ser admirado
mais uma conquista.

amor altruísta?
o meu...não.



imagem:amaropaz.wordpress.com
é estanque
a felicidade que sinto.
é sem continuidade,
o meu sorrir pleno.
acontece.
depois vai embora.
me ilumina
depois some,
me faz menina
depois desaparece.
são explosões de cores
num panorama cinza.
quem disse que isso não pode ser felicidade?

imagem: escoladeimagem.com.br

quarta-feira, 14 de setembro de 2011

Eu tinha um desconforto e ansiedade,
misturado com esperança,
embalado na crença,
submerso na fé.

Eu tinha um desconforto e ansidedade,
que hoje viraram só realidade.
Nada sou. Nada é.
De repente, o mundo ficou tão grande,
eu subi na montanha,
fiquei perto do ceu.
Desta vez, não vi a perspectiva,
me senti pequena.
Sozinha.
Inútil.

Eu tinha um desconforto e ansiedade.
Agora, só tenho saudade.
E da vida, nenhuma vontade.

Lucidez, tu me salva,
mesmo que eu não queira.
O desconforto e a ansidedade
eram apenas avisos
de que, do precipício,
eu estava na beira.

tigerlady.gif picture in FANTASY ART WORK 2-MOTHERBEORGE
imagem: http://fantasia.arteblog.com.br/194585/Tigre/

terça-feira, 13 de setembro de 2011

farol

Quero  uma torre, um farol.

No meio mar.

Quero a solidão.

Acompanhada. De lua, de sons, de ventos. De horizontes.



Estou exausta de viver, de existir, de ver, de consentir.


Nas noites entrego a Deus a minha falta de esperança.

Meu desassossego.  Minha tristeza.

Ele me embala, me adormece.

Nas manhãs, retorno ao meu desejo nem tão secreto de ter um farol.

Que me abrigue.

No meio do mar. No meio do nada.

Anseio por isso o dia inteiro.



Quem sabe uma hora dessas eu nem precise mais acordar?


Devaneios...só isso.


imagem: portosdeportugal.pt


sábado, 10 de setembro de 2011

não vou mais sobreviver  da caridade.
agora quero amor.
ou jejum e oração.

Scraps


modernidade

-alô, é tu? quanta saudade, eu te amo tanto!!!!!
- Eu é que te amo tanto tanto. Um tantão. Muito muito muito.
-nãooooooooooooooo! eu é que te amo!
-eu. e ponto final. amor, vou desligar. minha mulher chegou.
tu tu tu tu tu tu




 

sexta-feira, 9 de setembro de 2011

sem consumo

num mundo de consumo,
estou fora da vitrine.
não me enquadro nos quadros
de experimentar sem me importar.
não sei ser consumida e atirada num canto.
não sou uma lata sem valor.

não sei brincar de gostar,
esquecer e depois re-gostar.
não sei ficar indiferente,
não sei contar beijos,  pessoas, quantias.
não sei "ficar" sem marcar.
eu sou a mesma.
sempre.
sem consumo vira lata.






quinta-feira, 8 de setembro de 2011

desabafos...

Quem seria o primeiro ogro a confundir amor com fraqueza?
Se amo, e sei o que é o amor, amo a mim mesma. 
 Esse amor me faz forte - o suficiente para amar outro.
Mas se o outro não me ama, eu, que me amo, não me desrespeito - e se é complicado sei la.
Mas meu amor não é fraco.
É forte o suficiente pra me levantar, toda vez que eu cair.
E vou amar e cair, amar e cair ainda muitas vezes.


 
Será que mulher independente, emancipada emocionalmente
assusta porque os homens acham que elas vão agir como eles -
e eles tem medo do que fazem no escuro?


Ah, sim. estou severamente decepcionada.
Comigo mesma, porque acreditei que entre adultos joguinhos são desnecessários.
Percebi que ser adulto não é questão de idade...ou de sexo.
É só questão de ser gente ou não.
Eu sou gente.


Ser confundida com trouxa porque não escondi o amor doeu.
Mas ainda assim insisto em amar
Acredito que a dor maior
é não ter a capacidade de ser clara quando sente,
confiante quando ama
e iluminada quando crê.



Scraps
imagem:http://www.scrap.mixplanet.com.br/buscar.php?imagem=tigre

Fazia tempo que não me enxergava.
Tempo que não me escutava.
Tempo que não me observava.

Enxerguei uma mulher sem cor.
Escutei um gemido baixinho.
Observei somente sombras.

Doeu muito.

Agora, só quero rosa pink,
só quero rock pauleira,
e um sol cegando os olhos.

E não quero decifrar. Nem ser decifrada.
Nem quero amar. So aceito ser amada.
Chega de me manter calada,
nas sombras, na madrugada.

De ninguem mais serei
uma doce namorada.


imagem: http://oficina-do-gif.blogspot.com/2010/01/tigres.html
Meu amor sempre foi corajoso,
quase suicida.
Me entreguei, todas as vezes,
sem qualquer pudor.
Inteira.
Sem qualquer divisão.
Já os amores que encontrei
foram amores de menos.
Covardes.
Pela metade.
Queria um suicida como eu?
Talvez. Ou não.
Mas descobri que o pior do veneno
é aquele que se toma pela metade.
Meu amor é inteiro.
É um veneno. Mata. Mas é completo.
Pela metade? Não consigo.
Sou sempre inteira.
Descobri que não sei ser zumbi.