Percorro faz horas meu espaço. Não consigo achar esperança, preciso carregar comigo! Também a fé, sumiu! Esconderam-se de mim. Mas solidão, essa encontrei em abundancia, quis encaixotá-la, mas ele se recusou. Continua solta. Lembranças, essas sim, aprisionei. Numa caixa bem grande. Ali vão ficar, até que eu me disponha e revê-las. Saudade, essa não me larga! Fala no meu ouvido, fala, fala, fala, me deixa zonza! Quero empacotar, mas ela se amarrou com uma fita cor de rosa no meu corpo. Não tem jeito. Amor, eu sei onde ele se escondeu. Ta longe, ta em Minas. Não posso levar comigo, só posso avisar que vou mudar, se ele quiser me encontrar...Medo! Cada gaveta que abro, ele pula e me assusta. Já tentei leva-lo para a caixa das doações. Ele não pára, empurram-no pra fora, ele salta, parece pipoca. E pipoca doce, que não resisto a um doce e volta e meia mastigo uma. Ele sabe dessa minha conivência... e abusa.
De certeza, levarei comigo eu mesma. Meus tigres. Meus livros. Os espelhos malvados, to querendo deixar todos prá trás. E o que mais vai doer...os morros que enxergo, quando anoitece e amanhece...esses ficarão. Tomara que o próximo cuide tão bem deles quanto eu me esforcei pra fazer.
Enfim, deixo também gravado nas paredes ecos de amores que passaram. Portas que esconderam a paixão desenfreada. Persianas que esconderam olhares profanos...
E vou.
Nenhum comentário:
Postar um comentário