inconsistencia
... e então percebi que, das ilusões que vivera até então, nada se aproveitaria. era o momento de atirar tudo ao vento...e recomeçar junto com um novo dia.
e qual seria o melhor ponto de partida?
buscar outro sonho? ou dar-se por vencida, aceitando que nem todos são realizaveis, e continuar na zona de conforto - sabendo que sonhar era apenas quimera?
persistir? desistir? qual opção seria covarde demais para aguentar?
quem sabe deixar ao sabor do vento...olhar as estrelas, perguntar aos sábios - a gente desiste dos sonhos, ou sonha eles sempre, correndo o risco também de realizá-los e não ter tempo mais de sonhar sonhos novos, por isso então viver de pesadelos???
e naquele momento percebeu: tão pouco para ser feliz!!!!! os olhos miravam longe, mas o coração, quieto, manso, amigo, estava tranquilo. deixaria o sonho dormir. deixaria o sonho existir. deixaria o sonho viver. hoje. amanhã decidiria. na paz que estava, não ia contrariar nada... nem o sonho.
e assim, tardiamente, percebeu a magia do natal: aquietar o coração, serenar a alma e deixar o sonho sonhar.
por fim, sabia que seu corpo ja comemorara anos novos demais. agora, cabia a alma comemorar. e isso necessitava silencio e introspecção.
e no último ato, achando que tudo não passara de sonho, que o sonho era bobagem de uma senhora de meia idade, queimou tudo numa fogueira bem grande. o fogo brilhou tanto, que queimou até a retina. não se incomodou, ja vira o bastante... poderia viver de lembranças. pena mesmo sentiu foi do tempo que perdeu sonhando...
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