terça-feira, 31 de julho de 2012

tinta de caneta

eu tinha um namorado.
um moço bonito, de longe.
mas acho que ele gastou feito tinta de caneta.
cada escrita, diminuía um pouquinho...
diminuiu, encurtou,
pequenou e por fim,
sumiu.
as palavras acabaram todas. junto com a tinta.
era, afinal, a tinta que detinha as palavras...

agosto

como assim agosto? quem disse que gosto do agosto? se é agosto, não teria de ter meu consentimento?
poderia ser "não gosto"? ou a-gosto é fora do gosto? porque alguem nominaria um mes sem gosto? eu não gosto do agosto. eu quero abrir o setembro. sem a gostar nada.



Quando penso que minha fé está inquebrantável,
ela se parte em pedaços;
quando penso que entendi a existencia, 
perco muito de sua essencia;
quando penso na estrada já clara, 
escurece e pouco enxergo;
quando penso  que tenho que aprender, 
desacredito da minha caminhada.
Quando penso em recomeçar - pelo menos deixo de pensar e sei:

desta vez não vai ser do zero.



domingo, 29 de julho de 2012

Quero viver toda essa semana. 
Todas as horas, todos os minutos.
Não quero perder nenhum sorriso, nenhuma lágrima. 
Quero provar o bom e o ruim. 
O doce e o amargo. 
Quero sentir o amor e a dor. 
Ver a vida e saber da morte.
Não quero nenhum esquecimento.
Quero um holograma completo. 
Porque?
Porque estou renascendo. 
E da outra vez não aproveitei direito.






Escolheu primeiro o nome que usaria na placa. 
Depois, uma profissão que combinasse.





não pretendo dormir. 

vou ficar escutando a chuva, 

ela tem muita coisa pra me contar.





sexta-feira, 27 de julho de 2012

Desisto. Ex sisto. Não existo. Isto!





as palavras são encantadas.
en  louquecidamente cantadas...
cantadas em cantaros!



Como fazer para recuar depois de ter chegado tão longe?


Atrasar o relógio?



Gostava tando de estar sozinha 
que quebrou todos espelhos da casa.




Achei que um incendio se aproximava...

Mas foi só um fósforo aceso no clarão da noite. 

Não suportou a brisa noturna.

Morreu. Melancolico.



quinta-feira, 26 de julho de 2012

Quando cansei de sonhar,
comprei um despertador.
Estou num andar acima,
te atiro minhas mãos. Te alcanço?

Estou num andar abaixo,
peço socorro. Me pegas?

Estou junto a ti.
Me acompanhas?
Tenho um zumbido 
zumbindo
zumbi
no meu cérebro.
Acordo ele?
E o que faço 
com essa terrível 
sensação de estranhamento 
que se entranha 
em mim?